segunda-feira, 1 de junho de 2015

Desafios do saneamento: uma proposta para estimular investimentos

Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais da FGV em São Paulo realiza hoje, às 16h, seminário com o Senador José Serra. O senador irá apresentar o Projeto de Lei nº 95/2015, de sua autoria, que visa estimular investimentos em saneamento, criando o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento do Saneamento Básico.

Confira aqui a apresentação do encontro de hoje.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Acessem a apresentação realizada no Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais:  A proibição da publicidade infantil tem fortes efeitos sobre a economia, o que será o ponto central da discussão.

https://drive.google.com/file/d/0B7O0Tr-7dvVYWGtxQzhlV3FGS00/view?usp=sharing
Estamos na FGV participando do Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais, sobre o Estudo: “Os impactos econômicos da restrição à publicidade infantil”.
A proibição da publicidade infantil tem fortes efeitos sobre a economia, o que será o ponto central da discussão. 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais: “A lógica e os efeitos das práticas anticoncorrenciais por Cooperativas e especialidades médicas: A importância do papel repressivo e orientador do CADE.

Temos a satisfação de convidá-los a participar da sessão do Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais, sobre o Estudo “A lógica e os efeitos das práticas anticoncorrenciais por Cooperativas e especialidades médicas: A importância do papel repressivo e orientador do CADE.
O encontro acontecerá no dia 11 de Novembro de 2014 das 15:00 às 16:30, na Fundação Getúlio Vargas, na Sala 601, no 6º andar, na Rua Itapeva, 432.
O evento também será transmitido online através do Twitcam/ Twitter. O Link para acesso será disponibilizado no perfil @gesner_oliveira do Twitter e na Página da GO Associados no facebook (https://www.facebook.com/GOAssociadosReal), 30 minutos antes do início do evento.

para confirmar sua participação, enviar e-mail de confirmação de participação, com nome completo e nº do RG, para: contato@goassociados.com.br, para ser inserido na lista de presença.

Sinta-se à vontade para convidar outras pessoas que possam ter interesse no tema.

Contamos com sua presença!

Um abraço,

Gesner Oliveira

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais


13/05/2014 - "Perspectivas para investimentos no setor de ferrovias”, das 16:00h às 17:30, na Fundação Getúlio Vargas, na sala 601, na Rua Itapeva, 432 – 6º andar.

Tivemos  a honra de contar com a participação do Técnico de Planejamento e Pesquisa Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais de inovação, Regulação e Infraestrutura IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Fabiano Pompermayer.

Apresentação Fabiano Pompermayer

Apresentação de Gesner Oliveira


terça-feira, 1 de abril de 2014

Aplicação de medidas antidumping deve aumentar em 2014, diz Decom

O número de investigações de dumping encerradas em 2014 com aplicação de direito deve aumentar em 2014. A avaliação é de Marco César Saraiva da Fonseca, diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O avanço deve acontecer, segundo ele, porque há um estoque de processos de investigação em curso resultantes de petições apresentadas nos anos anteriores.

Segundo Fonseca, entre os países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil foi o que mais iniciou investigações antidumping em 2012 e 2013. “Isso não significa, porém, que o Brasil foi quem aplicou mais medidas”, pondera. Ele lembra que os processos abertos em 2012 e 2013 são resultantes de petições apresentadas em 2011, quando houve recorde no número de pedidos de aplicação de direito antidumping. Em 2011, diz, houve 117 petições antidumping. Naquele ano, detalha o diretor, 48 das 117 petições geraram o início de processos investigativos. O restante, juntamente com as aberturas de processos de petições apresentadas em 2012 e 2013, deram origem a um estoque de petições. Em 2012, diz ele, houve 69 petições. No ano passado foram 71. Em 2014, até agora foram 9 petições. “Eu tenderia a dizer que haverá estabilização no número de pedidos.”


Os pedidos acumulados, porém, diz ele, devem dar origem a investigações que poderão gerar neste ano um número maior de processos concluídos com aplicação de direito. Em 2013, foram 30 processos antidumping encerrados com aplicação de direito definitivo.

Fonte: Valor Pro - Marta Watanabe
Estudo da FGV aponta para elevação de medidas antidumping

Nos últimos dois anos, entre 2012 e 2013, foram iniciadas mais de 60 investigações antidumping pelo Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento, praticamente o dobro da média entre 2010 e 2011. O maior alvo de investigações antidumping iniciadas em 2013 foi a China, em 16,24% dos casos, seguida de Estados Unidos, com 12% dos casos.

Os dados fazem parte de estudo do grupo de economia e infraestrutura e soluções ambientais da Fundação Getúlio Vargas. Para Gesner de Oliveira, sócio da GO Associados e um dos autores do estudo, a maior frequência das medidas se deve, em parte, a uma tentativa de atenuar os números negativos das contas externas e a piora da balança comercial. Oliveira, no entanto, considera o avanço no uso do antidumping positivo. “É positivo que o país esteja mais equipado na defesa comercial. Não se trata de protecionismo.” Além das medidas antidumping, Gesner destaca também a aplicação de medidas defensivas como a elevação de alíquotas de importação para determinados bens.

Dados elaborados pela GO Associados a partir de dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o saldo da balança comercial da indústria de transformação deteriorou-se em ritmo mais forte a partir de 2012, quando o déficit atingiu US $15 bilhões. No ano passado, segundo a consultoria, o saldo negativo saltou para US$ 27,5 bilhões. A estimativa da Go Associados de déficit da indústria de transformação para este ano é de US$ 29,3 bilhões.


Fonte: Valor Pro - Marta Watanabe

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

GESNER OLIVEIRA E FERNANDO S. MARCATO
Uma Paris de esgoto
Indústrias que não investem no tratamento de efluentes obtêm vantagem competitiva indevida perante concorrentes com políticas sustentáveis
Ainda que 100% do esgoto doméstico da Grande São Paulo fosse tratado devidamente, o descarte clandestino de efluente industrial traria à região poluição equivalente àquela que toda a população da Região Metropolitana de Paris (12 milhões de habitantes) gera com o seu esgoto doméstico.
Recente estudo elaborado pelo Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais da Fundação Getulio Vargas indica que o total de efluentes líquidos industriais descartados na Região Metropolitana de São Paulo é de 2,7m3/s ou 9,7 milhões de litros a cada hora. É volume suficiente para encher em um dia aproximadamente dois lagos do parque Ibirapuera.
O descarte ocorre de duas formas. A primeira delas está associada ao efluente coletado por redes públicas, mas que não é tratado. Aproximadamente 50% dos esgotos residencial e industrial coletados ainda não são tratados, em que pese o avanço ocorrido nos últimos anos graças ao Projeto Tietê, conduzido pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), e à ampliação do tratamento de esgotos em Guarulhos (Bonsucesso, São João e Várzea do Palácio).
Essa fonte representa, porém, aproximadamente 10% (0,28m3/s) do volume total lançado. Os outros 90% são ilegais, diretamente lançados pelos geradores de efluentes na natureza sem qualquer tratamento ou com tratamento insuficiente.
Além dos prejuízos causados à saúde e ao ambiente, a poluição de mananciais com efluentes de alta carga poluidora encarece os custos de tratamento e, em alguns casos, inviabiliza sua captação para fins de produção e distribuição de água potável. Esses impactos são particularmente importantes na região metropolitana de São Paulo, onde a disponibilidade hídrica é de 201 mil litros/habitante/ano --um décimo do volume considerado adequada pelas Nações Unidas.
A razão que leva certas indústrias a descartar irregularmente seus efluentes tem natureza econômica. O lançamento desses efluentes em corpos hídricos ou na rede pública de esgotos deve atender a determinados padrões de qualidade. Consequentemente, os efluentes devem passar por pré-tratamento ou ser enviados a estações especializadas em tratamento de efluente industrial, o que representa custo adicional.
Indústrias que não investem no tratamento de seus efluentes obtêm vantagem competitiva indevida perante concorrentes que desenvolvem políticas sustentáveis de disposição adequada de seus resíduos.
Para reverter essa situação, é necessário um conjunto de ações que envolvam os setores público e privado. A primeira delas é o fortalecimento da fiscalização e aumento do efetivo da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) na aplicação de multas.
Também é importante a mobilização da sociedade civil e o estabelecimento de protocolo de cooperação entre Cetesb e organizações não governamentais para auxiliar no monitoramento do descarte irregular. Para tanto, seria oportuno replicar o modelo de sucesso de mobilização promovido na década de 1990 pela mídia e pela sociedade civil que levou o governo do Estado a criar o projeto de despoluição do Tietê.
Outra providência é a de condicionar a renovação de alvarás e autorizações à conformidade do lançamento de efluentes. Teria grande impacto a criação de um selo de lançamento sustentável atribuído anualmente às empresas.
Por fim, se faz necessário o engajamento do Ministério Público no papel de fiscalização e denúncia. Seria fundamental que o importante trabalho feito pelo órgão na regularização de aterros sanitários fosse estendido à regularização do lançamento dos efluentes industriais.

Estudo revela impacto do descarte de resíduos nas águas

Publicado em quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014 às 19:33

Estudo revela impacto do descarte de resíduos nas águas

Agência Estado
As indústrias localizadas na região metropolitana de São Paulo descartam ilegalmente, a cada hora, cerca de dez milhões de litros de efluentes industriais em mananciais (rios e lagos) dos municípios paulistas, com graves prejuízos ao meio ambiente e à saúde da população, revela estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Isso equivale a dizer que, todo dia, dois lagos do Parque do Ibirapuera cheios de resíduos industriais tóxicos são lançados ilegalmente na natureza, sem tratamento adequado. O prejuízo causado por esse lançamento é comparável ao esgoto residencialnão tratado gerado por 11,9 milhões de habitantes.
O estudo, inédito, foi realizado pelo Grupo de Economia da Infraestrutura e Soluções Ambientais, da FGV, coordenado por Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp e professor da fundação. O levantamento foi apresentado nesta quinta-feira, 27, em seminário na FGV, que contou com a presença de vários especialistas e autoridades ligadas ao meio ambiente e empresas de saneamento.
Intitulado "Descarte ilegal de efluentes industriais na Região Metropolitana da São Paulo", o estudo faz um amplo diagnóstico da situação nos 39 municípios da região e propõe soluções para equacionar o problema, como fortalecimento da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb), responsável pela fiscalização desse descarte ilegal, protocolo de cooperação entre a entidade ambiental paulista e sociedade civil, criação de uma selo de lançamento sustentável e atuação mais ativa do Ministério Público estadual - entre outras medidas.
"É paradoxal que na Região Metropolitana de São Paulo, onde o 'stress' hídrico é comparável à de algumas regiões do sertão nordestino, continuemos a poluir nossos mananciais com efluentes tão perigosos. Esse descarte obriga as concessionárias de saneamento a captarem água a mais de 80 km da capital a custos elevadíssimos. Equacionar essa questão certamente poderia reduzir o risco de desabastecimento de água na região", afirmou o professor Gesner Oliveira.
Fonte: http://www.dgabc.com.br/Noticia/513481/estudo-revela-impacto-do-descarte-de-residuos-nas-aguas?referencia=minuto-a-minuto-lista

EFLUENTES

Esgoto industrial ilegal enche 2 Ibirapueras por dia em São Paulo

Vanessa Barbosa - Exame.com - 28/02/2014

Stock.XCHNG





















O setor industrial é um dos maiores consumidores de águapotável do planeta, respondendo por 20% da demanda total. A mesma proporção se aplica ao Brasil e ao seu maior polo de riqueza nacional, a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). No entanto, nem toda a água que sai das indústrias em forma de esgoto retorna limpa para o meio ambiente, como deveria acontecer.

Pelo contrário. A cada hora, as indústrias paulistas descartam cerca de dez milhões de efluentes cheios de resíduos tóxicos e sem tratamento algum nos rios e lagos dos municípios de São Paulo.

Por dia, o descarte ilegal de esgoto industrial daria para encher dois lagos do Parque Ibirapuera. Os dados são de um estudo, divulgado nesta quinta-feira (27), feito pela Grupo de Economia da Infraestrutura e Soluções Ambientais, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em tempos de "águas magras" nos reservatórios que abastecem a região, os números alarmantes de despejo ilegal de efluentes ganham contornos ainda mais preocupantes. Embora o volume do descarte industrial seja inferior ao total de esgotos residenciais que deixa de ser coletado e tratado pelas redes públicas, seu efeito nocivo ao meio ambiente pode ser equivalente ou até pior. Estima-se que cada litro de esgoto industrial seja, em média, 6,6 vezes mais poluidor do que os esgotos residenciais.

"É paradoxal que na Região Metropolitana de São Paulo, onde o ‘stress’ hídrico é comparável à de algumas regiões do sertão nordestino, continuemos a poluir nossos mananciais com efluentes tão perigosos", afirma Gesner Oliveira, coordenador da pesquisa e ex-presidente da Sabesp. "Esse descarte obriga as concessionárias desaneamento a captarem água a mais de 80km da capital a custos elevadíssimos. Equacionar essa questão certamente poderia reduzir o risco de desabastecimento de água na região", acrescenta.

Segundo dados da Cetesb, 42% das águas monitoradas em 2012 foram classificadas como péssimas, ruins ou regulares. Três pontos de captação, em particular, apresentaram situação crítica: Braço de Taquacetuba, Rio Cotia e Rio Tietê. A população também sofre os efeitos. Os resíduos industriais podem causar contaminação por metais pesados, provocando desde efeitos leves como irritações na pele e dores de cabeça até reduções das funções neurológicas e hepáticas, rinites alérgicas e dermatoses.

DE ONDE VEM E PARA ONDE VAI
O estudo da FGV levou em conta os dados de descarte de 58.373 indústrias classificadas como de transformação. A água consumida por essas instalações tem duas origens: ou é captada diretamente no manancial, com permissão dos órgãos competentes, ou vem de redes públicas de abastecimento. Cerca de 9 litros a cada 10 litros consumidos pela industria tem origem em poços artesianos.

Parte dos efluentes industriais que é gerada é tratada localmente pelas próprias indústrias. Para isso, além de todo o equipamento adequado, é necessária uma outorga junto ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) para que o efluente tratado seja descartado de forma adequada na natureza.

Outra parte dos efluentes industriais é transportada das indústrias por meio de caminhões para descarte direto em estações de tratamento de efluentes especialmente projetadas para esse recebimento. Para isso, a Cetesb deve emitir o Cadri, a Certificado de Aprovação para Destinação de Resíduos Industriais.

Cerca de 90% do consumo de água vem dos poços artesianos, ou seja da captação direta da indústria, e cerca de 90% dos efluentes estão sob responsabilidade de tratamento pela própria indústria.

COMO MUDAR ESSE QUADRO
Segundo o estudo, a dificuldade no monitoramento do descarte de efluentes passa também pela dificuldade em se medir a água consumida a partir de poços artesianos.

Conforme a pesquisa, o consumo industrial total na RMSP foi estimado em 10,76 m3/s (metro cúbico por segundo), correspondente a 0,85 m3/s a partir de redes públicas de abastecimento e 9,91 m3/s de captação direta de mananciais.

Por isso, uma das propostas dos pesquisadores da FGV é de que se faça "a hidrometração de todos os poços da RMSP e sistema de monitoramento à distância, permitindo controlar o consumo de água a partir de poços artesianos e estimar e fiscalizar o descarte".

Outra proposta é inserir nos critérios de financiamento de bancos públicos e privados declaração sobre aderência da empresa e fornecedores quanto ao descarte de seus efluentes. Além da exigência, seria fundamental a fiscalização constante do descarte de efluentes por parte dos órgãos financiadores.

O estudo defende ainda a criação de um selo de lançamento sustentável, à exemplo do selo azul e verde, criado pelo governo paulista, que certifica os municípios a partir da adoção de práticas sustentáveis.

Essa certificação serve para orientar a política de concessão de financiamentos a municípios. A ideia é que um selo voltado para o lançamento de efluentes incentive os municípios e Estados a combater o descarte ilegal de esgoto e terem seus esforços reconhecidos

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticias/esgoto-industrial-ilegal-enche-2-ibirapueras-dia-sp-774945.shtml

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Lançamento do Estudo sobre Descarte Ilegal de Efluentes Industriais

Cada litro de efluentes industriais descartado ilegalmente tem poder poluidor, em média, 7 vezes maior do que os efluentes domésticos. Por causa disso, o efeito do descarte desses efluentes equivale ao esgoto doméstico lançado por uma cidade de 12 milhões de habitantes.
As consequências econômicas, ambientais e para a saúde para a Região Metropolitana de São Paulo do descarte são enormes. Além de agravos na saúde das pessoas diretamente afetadas, concessionárias paulistas têm que buscar água potável cada vez mais longe para abastecer a população.

 Hoje (27/02), às 14:30h, na FGV, será apresentado o Estudo “O Descarte Ilegal de Efluentes Industriais na Região Metropolitana de São Paulo”, que trata desse assunto. O referido estudo está disponível no link abaixo.

Clique aqui para acessar o Estudo

Clique aqui para acessar a apresentação

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

“Descarte ilegal de efluentes industriais na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)"


O Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais agradece a participação de todos na sessão na qual debatemos “Descarte ilegal de efluentes industriais na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)".


Em especial a participação do Dr. Otávio Okano, Presidente da Cetesb, Dr. Diógenes Del Bel, Presidente da ABETRE e também ao Fabricio Soler, Sócio do Departamento de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Felsberg e Associados. 



quarta-feira, 21 de agosto de 2013



Combater as perdas de água


Por Gesner Oliveira, Rogerio Pilotto e Fernando S. Marcato
A cada 100 litros de água tratada produzida no Brasil, cerca de 40 litros não chegam aos usuários ou não são cobrados. Esta é uma das evidências alarmantes destacadas em estudo realizado pela International Finance Corporation - IFC, braço para o setor privado do Banco Mundial. As companhias de saneamento brasileiras perdem em média mais do que o dobro daquilo considerado padrão internacional satisfatório (10 a 15%).
Reduzir perdas significa, portanto, atender mais usuários com a mesma quantidade de água retirada da natureza. Nosso maior manancial está em nossa ineficiência. Combatê-la é uma forma eficaz de responder às legitimas manifestações populares pela melhora na qualidade dos serviços públicos. Só é possível oferecer melhores serviços públicos a preços módicos se houver mais eficiência, isto é, se se produzir mais com menos. No setor de saneamento, reduzir perdas permite postergar investimentos em captação, bem como aumentar a receita das concessionárias, atenuando a necessidade de aumentos reais significativos das tarifas.
Se os atuais níveis de perda de água fossem reduzidos em 50% estima-se que as concessionárias de saneamento teriam ganho adicional de R$ 37 bilhões nos próximos 17 anos. Esse valor corresponde a quase quatro vezes o investimento médio anual em saneamento no país.
A agenda ambiental deve acolher a eficiência operacional como vetor para a qualidade dos serviços públicos
As perdas de água têm duas origens: as físicas e as comerciais. As perdas físicas são causadas por redes antigas, vazamentos e extravasamento em função de pressão irregular na rede de distribuição. Ligações ilegais e roubo de água também contribuem para o problema. As perdas comerciais derivam de hidrômetros desregulados, incapacidade de cobrança, cadastro de usuários incompleto, além de fraude de medidores.
Nos últimos anos o tema da água passou a integrar, ainda que timidamente, a pauta ambiental de governos e organizações não governamentais. Iniciativas como a pegada hídrica, que procura aferir quanto determinada atividade econômica consome de água, se multiplicaram. Governos têm promovido campanhas de conscientização do uso racional da água. A proteção de mananciais, por meio da desocupação de suas margens, despoluição e plantio de árvores constituem práticas recorrentes de entidades ambientalistas.
Pouca atenção, porém, tem sido dada à questão da eficiência operacional das concessionárias de água e seus altos níveis de perdas de água. Reduzi-las significa aumentar a capacidade de atender maior demanda com a mesma quantidade de água. Consequentemente há redução da necessidade de ampliar a captação de água e a pressão sobre os mananciais. Estudo do Instituto Trata Brasil indica que das 100 maiores cidades brasileiras 39% delas precisam ampliar seus sistemas de captação e tratamento de água e 33% precisam de um novo manancial. Ao reduzir perdas, os investimentos em ampliação de produção de água podem ser postergados, diminuindo o estresse hídrico e o custo de capital e liberando recursos para tantas outras prioridades de política pública.
Para tentar reverter esse quadro, a IFC lançará manual que servirá de ferramenta para gestores públicos e privados para estruturar novas formas de contratação de programas de redução de perdas de água. As diretrizes abordam as dimensões técnica, jurídica e econômico-financeira. O modelo proposto tem como base os contratos de performance e está pautado em três pilares: redução do custo de transação, financiamento privado e remuneração por resultado.
Diferentemente das contratações públicas tradicionais, onde os diversos serviços associados a um programa de redução de perdas de água são contratados por meio de diferentes licitações, o manual propõe uma contratação integrada. Esse modelo, além de reduzir custos de formatação de projetos, diminui riscos associados à descoordenação de ações interdependentes. Além disso, a remuneração do prestador de serviços é vinculada aos resultados obtidos com o programa. Na prática, as concessionárias de saneamento não são obrigadas a desembolsar qualquer recurso caso as metas estabelecidas não sejam atendidas. E o valor a ser desembolsado será gerado pelo próprio projeto. Cabe ao contratado obter os recursos financeiros necessários à realização do projeto. Esse mecanismo diminui a pressão financeira sobre as operadoras de saneamento, muitas delas com acesso limitado a crédito e dependentes de recursos dos governos estaduais. A IFC e outros órgãos multilaterais já dispõem de linhas de financiamento específicas para esse tipo de projeto.
A contratação integrada e por performance assegura ainda que o prestador de serviços traga para o projeto todo o seu know-how e conhecimento, pois deverá atingir metas e entregar resultados.
Diferentemente do que se pode pensar, o conhecimento sobre redução de perdas de água não é exclusivo do setor privado. Algumas empresas estatais de saneamento têm importantes programas de redução de perdas e já exportam tecnologia para outras empresas públicas. É o caso da parceria público-público entre Sabesp (Companhia de Saneamento de São Paulo) e a Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas). A parceria reduziu em vinte pontos percentuais as perdas em determinadas regiões do município de Maceió. Isso significou, sem a necessidade de investimento em captação em novos mananciais, o fim do rodízio de água em alguns bairros e a disponibilidade de maior volume para abastecimento da orla, onde estão localizados os principais hotéis e restaurantes da cidade.
A sustentabilidade do uso dos recursos hídricos não se limita às ações de consumo racional da água - indispensáveis para reduzir o desperdício pela população. É fundamental que a agenda ambiental e social acolha a eficiência operacional e redução das perdas de água como vetor para a preservação do meio ambiente e qualidade dos serviços públicos.
Gesner Oliveira é economista, professor da EASP-FGV, sócio da GO Associados e ex-presidente do Cade e da Sabesp
Rogerio Pilotto é executivo sênior de investimentos para infraestrutura da IFC
Fernando S. Marcato é professor de pós-graduação de Direto da Infraestrutura da FGV e sócio da GO Associados


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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Encontro do Grupo de Economia & Soluções Ambientrais (17/06)


No nosso último encontro, tivemos a apresentação do Eng. Marcelo Morgado, especialista e consultor em práticas de sustentabilidade (Apresentação 17 junho). Além disso, tivemos também a apresentação dos melhores trabalhos dos alunos de "Economia do Meio Ambiente", ministrada na EAESP-FGV pelo Prof. Dr. Gesner Oliveira. Entre eles, o da aluna Rafaella Dortas((Apresentação Rafaella Dortas), estudante da Direito-GV.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Quadro é quase crítico

O Fórum Econômico Mundial classifica o Brasil no 134º posto entre 142 nações, quando o assunto é infraestrutura de transporte aéreo. Entre os BRICs, o Brasil é o último colocado.
Ronaldo Jenkins, diretor de segurança e operações da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) diz que pistas e pátios de estacionamento nos principais aeroportos precisam de expansão urgente. Tendo como referência a convenção mundial - de que é considerada crítica uma pista com mais de 150 mil procedimentos anuais de pouso e decolagem -, Guarulhos, por exemplo, terá ultrapassado essa referência em 2014 se concretizada a previsão de 333 mil movimentos em suas duas pistas naquele ano. Até 2020, os aeroportos de Brasília, Campinas, Confins, Porto Alegre e Recife, Curitiba e Salvador também estarão operando acima do limite.
Entre os 15 maiores aeroportos do país, apenas três - Viracopos, Natal e Recife - não estarão com seus pátios congestionados já em 2016. "Não podemos ficar parados, esperando o estrangulamento para depois agir", diz. Um novo aeroporto, caso a situação exija, leva sete anos para ser erguido.
O economista Gesner Oliveira, coordenador de um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre investimentos e competitividade aeroportuária, diz que a demora do governo em optar pelo modelo de concessões fez o país perder uma janela de oportunidade, que está chegando ao fim, marcada por uma grande liquidez financeira no mercado internacional, recursos que poderiam já ter promovido as melhorias na infraestrutura necessárias.
Por outro lado, o crescimento da demanda torna os principais aeroportos brasileiros atrativos para o investidor. Além disso, o governo, na avaliação de Oliveira, agora conta com um planejamento de expansão adequado e um satisfatório marco regulatório.
Segundo especialistas, a solução para a crise de infraestrutura na área da aviação civil pode estar na modernização dos aeroportos regionais. "Poderá mudar a trajetória do desenvolvimento econômico do Brasil", afirma Francisco Lyra, diretor da consultoria C-Fly Aviation e presidente da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral). Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Regional, Apostole Chryssafidis, a medida tem o mérito de corrigir o processo de crescimento assimétrico dos transportes aéreos, uma vez que apenas São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro geram mais de 50% do tráfego de todo o país. (DZ)


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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Aeroportos: Queda de movimento

Estudo da GO Associados sinaliza possível queda no movimento de passageiros nos aeroportos brasileiros no ano de 2013.



Fonte: Infraero e estimativa da GO Associados

terça-feira, 28 de maio de 2013

Aeroportos: Slides da reunião do dia 27/05/2013


Os slides referentes a reunião do dia 27/0502013 - Infraestrutura dos Aeroportos no Brasil podem ser encontrados no link:

Link SlideShare:

http://www.slideshare.net/messiasmoretto/apresentao-grupo-economia27maio?utm_source=ss&utm_medium=upload&utm_campaign=quick-view

Estudo prevê nova crise aérea no Brasil em 7 anos

Folha de São Paulo, TERÇA-FEIRA, 28 DE MAIO DE 2013 09H45

28/05/2013 - 03h00

RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO



O Brasil passará por um segundo gargalo aéreo na década de 2020, após a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Hoje, os problemas se concentram nos terminais de embarque. Dez dos principais aeroportos brasileiros têm essa estrutura saturada.

Mas mesmo que esse nó seja desatado, o país terá de lidar em seguida com a saturação nas pistas e no tráfego de aviões sobre os aeroportos.

Hoje, já há uma pista sobrecarregada: a do aeroporto de Congonhas. Um novo estudo da FGV aponta que isso vai se alastrar. A pista de Viracopos deve chegar ao seu limite até 2020. A partir daí, a situação se complica: até 2030, mais uma dezena de aeroportos nas principais capitais vão precisar de investimentos em suas pistas.

Isso porque o atual "caos aéreo" brasileiro não é exatamente aéreo, mas terrestre, no embarque. Já o número médio de pousos e decolagens por hora em si é baixo: 38, ante uma média global de 88.

Com o tempo, a tendência é que o número brasileiro se aproxime do internacional.

Em 2002, o Brasil realizou apenas 36 milhões de embarques. Em 2012, já eram 101 milhões, mas para os especialistas esse número ainda é pequeno para um país de 200 milhões de habitantes.

Os EUA, com população de 300 milhões, realizam 650 milhões de embarques ao ano. A FGV estima que o Brasil terá 195 milhões de passageiros em 2020 e 312 milhões em 2030.

Nesse cenário, serão necessários investimentos de cerca de R$ 30 bilhões até 2030 para adequar os aeroportos.

A maior parte desse valor, entre R$ 10,7 bilhões e R$ 14,2 bilhões, terá de ser desembolsada entre 2020 e 2030.

Para Gesner Oliveira, coordenador do estudo, a solução para eliminar esses gargalos é expandir o investimento privado no setor. Nesse sentido, as primeiras concessões, realizadas pelo governo federal em fevereiro de 2012 (Guarulhos, Viracopos e Brasília), devem trazer investimentos de cerca de R$ 16 bilhões.

Para Oliveira, evitar um segundo apagão aéreo após os grandes eventos esportivos dependerá da agilidade nas novas concessões. "Além disso, se só um grupo controlar os principais aeroportos, não haverá concorrência nem melhor qualidade do serviço".

Em evento na Fiesp no começo do mês, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, Marcelo Guaranys, disse que os estudos prévios para os editais dos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG) estão em fase de conclusão.



Aeroportos precisam de R$ 33,6 bi de investimentos

Correio Braziliense, Publicação: 28/05/2013 06:04 Atualização: 28/05/2013 08:38

Aeroportos precisam de R$ 33,6 bi de investimentos para melhorar o setorFalta de recursos compromete a competitividade do setor no país, considerado um dos piores do mundo. Número de passageiros cresce 10% ao ano




São Paulo — Os 20 principais aeroportos brasileiros precisarão de R$ 24,5 bilhões a R$ 33,6 bilhões em investimentos para suportar o crescimento médio de 10% ao ano no volume de passageiros, previstos até 2030. O cálculo faz parte de estudo coordenado pelo professor da Fundação Getulio Vargas Fernando Mercado e pelo ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Gesner Oliveira, divulgado ontem, em São Paulo, na sede da FGV-SP.

O levantamento destaca pesquisa do Fórum Econômico Mundial, em que a qualidade dos aeroportos brasileiros aparece entre as piores do mundo. O país situa-se na 134ª posição em um ranking de 142 nações. “Será necessário investir muito no país para que o Brasil tenha terminais adequados”, afirmou Oliveira. “A falta de investimentos compatíveis com o crescimento da demanda gerou gargalos muito grandes, que comprometeram a competitividade do país”, completou.

Link: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2013/05/28/internas_economia,368281/aeroportos-precisam-de-r-33-6-bilhoes-de-innvestimentos.shtml

Aeroportos exigirão investimentos de R$ 25 bi a R$ 34 bi até 2030, diz estudo


Desde 2003, o tráfego aéreo brasileiro cresce a uma taxa de 10% ao ano; aeroportos do País estão atrasados em relação aos estrangeiros

27 de maio de 2013 | 16h 07

Agência Estado, Luciana Collet, da Agência Estado
SÃO PAULO - Os 20 principais aeroportos brasileiros exigirão investimentos de R$ 25 bilhões a R$ 34 bilhões até 2030 para atender ao forte crescimento da demanda e melhorar o atendimento ao usuário. Essa é uma das conclusões de estudo apresentado nesta segunda-feira,  27, pelo Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), durante seminário em São Paulo. "O Brasil terá de dobrar a capacidade de seus principais aeroportos até 2030", diz o estudo.
O levantamento realizado pelo grupo, coordenado pelo ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Gesner Oliveira, lembra que desde 2003 o transporte aéreo de passageiros cresce a uma taxa de 10% ao ano, impulsionado pela expansão do mercado doméstico, e mostra que atualmente aeroportos brasileiros estão em condição de atraso em relação aos estrangeiros.
O estudo aponta, por exemplo, que o tempo de liberação de carga nos aeroportos brasileiros é 10 vezes superior à média internacional. Além disso, o número médio de pousos e decolagens por hora no Brasil é de 38, apenas 43% da média internacional, que chega a 88.
Em uma amostra de 142 países do Fórum Econômico Mundial, a qualidade dos transportes no Brasil ocupa a 134ª posição. "Será preciso investir muito para dotar o Brasil de aeroportos adequados", diz Gesner Pereira.
O levantamento também destaca a importância da concorrência como forma de estimular os investimentos nos aeroportos do País. "Um concessionário privado que visa ao lucro e tem que prestar contas aos seus acionistas só fará isto se houver boa regulação e concorrência para conquistar clientes", afirma.
O seminário, que está sendo realizado nesta tarde na sede da FGV, em São Paulo, acontece em um momento em que o governo prepara nova rodada de licitações para a concessão de aeroportos do País, desta vez para Galeão, no Rio de Janeiro, e Confins, em Belo Horizonte. Vários grupos já se mostraram interessados em participar dessa rodada de licitações.


Aeroportos devem consumir R$ 34 milhões

Portal de Notícias UAI- MG, Pedro Rocha Franco
Publicação: 28/05/2013 07:39 Atualização: 28/05/2013 08:03

São Paulo – Os aeroportos brasileiros precisarão de muito investimento para suportar o crescimento médio de 10% ao ano no volume de passageiros previstos até 2030. Para isso, somente os 20 maiores terminais aeroportuários do país necessitarão de R$ 24,5 bilhões a R$ 33,6 bilhões em investimentos, nos próximos 17 anos, para ampliação da capacidade instalada. Esse dado faz parte de um estudo coordenado pelo professor da Fundação Getulio Vargas Fernando Mercado e pelo ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Gesner Oliveira, divulgado ontem, em São Paulo, na sede da FGV-SP.

O levantamento destaca uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial e mostra que a qualidade dos aeroportos brasileiros está entre as piores do mundo. O país situa-se na 134ª posição em um ranking de 142 nações. “Será necessário investir muito no país para que o Brasil tenha aeroportos adequados”, afirmou Oliveira. “A falta de investimentos compatíveis com o crescimento da demanda gerou gargalos muito grandes, que comprometem a competitividade do país”, completou o professor.

Os investimentos nos aeroportos privatizados no ano passado – Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília – somam R$ 19,6 bilhões durante os 25 anos de concessão, excluindo a outorga (aluguel que o concessionário pagará à União). Os próximos da lista a serem concedidos pelo governo à iniciativa privada neste ano – Confins (MG) e Galeão (RJ) – deverão exigir, no mínimo, R$ 11,4 bilhões. A minuta do edital desses dois aeroportos tem publicação prevista para esta semana.

O estudo da FGV apresenta dois cases internacionais de privatização aeroportuária. De um lado, o processo australiano, considerado bem-sucedido exatamente pelas limitações impostas pelo governo para evitar participação cruzada; do outro, o exemplo britânico é tido como falho, devido à concentração de dois dos principais mercados do Reino Unido com uma só empresa.

As concessões na Austrália se deram a partir de 1997. À época, uma das imposições era que, na privatização dos quatro maiores aeroportos, responsáveis por 80% do tráfego aéreo, a empresa operadora do terminal de Sydney poderia ter somente 15% do capital dos outros três.

O processo de privatização dos aeroportos britânicos se iniciou no governo Margaret Thatcher, com a concessão da British Airports Authority (BAA) em 1987. A operadora era responsável por sete dos principais aeroportos do Reino Unido, respondendo por 60% da movimentação de passageiros. Como resultado houve saturação dos terminais e altas tarifas.

PUXADINHO A novela do terminal provisório em Confins vai se arrastar por mais tempo. A abertura dos envelopes com as propostas das empresas para fazer a obra, conhecida como puxadinho, foi adiada para o dia 4 de junho. A expectativa é de que os envelopes das nove empresas convidadas pela Infraero fossem abertos ontem, mas duas delas pediram mais prazo à estatal. O puxadinho já teve três licitações fracassadas. Para resolver o impasse, a Secretaria de Aviação Civil (SAC) determinou que a obra vai ser feita por meio de contratação direta.(Com Rosana Hessel e Geórgea Choucair)

l O repórter viajou a convite da FGV

Aeroportos precisarão de R$ 34 bilhões de investimentos nos próximos 17 anos, diz estudo

Agência Brasil, Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Em 2030 o Brasil terá uma demanda anual de 312 milhões de passagens aéreas por ano, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas divulgado hoje (27). Para poder atender a esse fluxo serão necessários investimentos entre R$ 25 bilhões e R$ 34 bilhões, de acordo com o trabalho elaborado pelo Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais da instituição. Atualmente a oferta dos 20 principais aeroportos do país é cerca de 130 milhões de passageiros por ano.
O estudo leva em consideração o crescimento expressivo do setor, que a partir de 2004 começou a expandir o número de passageiros em taxas superiores a 10% ao ano. “O Brasil, pela primeira vez, teve um sinal de massificação do transporte aéreo”, disse o coordenador do grupo, Gesner Oliveira, ao indicar o aumento da renda, o aumento da oferta de crédito e a redução real dos preços das passagens como fatores responsáveis pelo fenômeno.
O grande crescimento no número de usuários não foi acompanhado, no entanto, por uma expansão da infraestrutura aeroportuária. O levantamento cita, por exemplo, que no Brasil são feitos em média 38 pousos e decolagens por hora, apenas 43% da média internacional.
Por isso, para viabilizar os investimentos que preparem os terminais para o tamanho da demanda,  o estudo aponta para a necessidade de um modelo de concessões de aeroportos que garanta a concorrência no setor. Foram analisados dois modelos de privatização: o adotado pelo Reino Unido e pela Austrália.
A pesquisa aponta que no caso britânico, em 1987,  optou-se por uma concessão em bloco que transferiu para uma única empresa o controle de 60% dos passageiros do Reino Unido. “O órgão de investigação da concorrência [Office of Fair Trading] constatou que a concentração no setor aeroportuário era prejudicial. Verificaram-se baixos investimentos, saturação dos terminais, altas tarifas e piora da qualidade do serviço”, diz a pesquisa, que acrescenta que a situação fez com que o órgão regulador determinasse a venda de três aeroportos. A última venda foi feita neste ano.
Em 1997, a Austrália privatizou os quatro principais terminais aéreos do país, porém, restringiu a participação dos agentes que arremataram um dos outros aeroportos nas outras concessões. O estudo diz que em 2011 os aeroportos do país registrou tarifas abaixo da média internacional e investimentos elevados.
Oliveira defende um modelo semelhante para as próximas concessões no Brasil, que restrinja a participação de grupos que já administrem outros terminais como forma de estimular a concorrência. “Não é uma proibição absoluta, porque pode haver alguma aplicação de capital. Não pode haver uma ingerência estratégica sobre dois complexos aeroportuários”, diz. Na Austrália os grupos podiam participar com no máximo 15% do capital em outra concessão, sem direito a participação na gestão.
O conselheiro do Conselho de Desenvolvimento Econômico (Cade) Ricardo Ruiz ressaltou que os problemas de infraestrutura nos aeroportos se refletem na concorrência entre as empresas aéreas. “Dependendo da estratégia de negócios, a companhia pode trombar com algum estrangulamento de infraestrutura”, disse ao lembrar que as modificações da malha aérea, por exemplo, depende de disponibilidade dos terminais. “Para criar uma nova rota precisa do aeroporto, do slot, da pista e do pátio”.
Edição: Fábio Massalli